quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cultura entre 4 Paredes

Mais Cultura para Ermelino Matarazzo
Durante entrevista, o grafiteiro Vander Chê desenha a sonhada casa (Vander Ramos/Mural)
Ermelino Matarazzo é mais um distrito da cidade de são Paulo onde se concentram grandes artistas que só fazem elevar a arte na região e provam que a cultura é a única forma de união sem preconceito. E nesse desafio de levar cultura a quem mais precisa artistas regionais estão pintando o sete e lutando por um espaço concreto onde a cultura e a população possam estar debaixo do mesmo teto.


Texto seguinte Vander Ramos:
Ativistas culturais de Ermelino Matarazzo (Divulgação/Cultura Leste)
O fato: os 113.615 moradores de Ermelino Matarazzo, bairro da zona leste de São Paulo, não têm um espaço público para suas atividades culturais.

Ricardo Cardoso, artista plástico, diz que a vontade de criar uma casa de cultura na região nasceu no final da década de 1980, quando os jovens se reuniam no salão da Igreja São Francisco de Assis. “Nesses encontros, realizávamos várias atividades artísticas e começamos a nos organizar em busca do nosso espaço cultural”, diz.
Na época, um pequeno espaço foi indicado à prefeitura para construção da casa de cultura. Era uma área verde próxima ao centro comercial, porém, por divergência entre a Secretaria de Cultura e o Departamento Municipal de Parques e Áreas Verdes, o processo não avançou. “Chegamos a ganhar estruturas metálicas do governo do Paraná, que não foram aproveitadas e até hoje não sabemos o destino desse material”, comenta Cardoso. A interrupção do sonho durou de 1993 a 2002, quando a prefeitura anunciou a construção de vários Centros Educacional e Unificados (CEUs) nas regiões afastadas do centro da cidade. Esses equipamentos contemplam um anexo cultural e esportivo. Como o CEU Ermelino Matarazzo estava nos planos, os coletivos culturais se mobilizaram para viabilizar ali diversas atividades.
Em 2005, a troca de governo não deu continuidade ao projeto dos CEUs e mais uma vez Ermelino Matarazzo ficou esperando seu espaço cultural. Desde então, vários grupos têm se articulado em busca de uma solução. Para o grafiteiro Vanderson, 24, “é complicado Ermelino ter o tamanho que tem, os habitantes que temos e não ter um espaço cultural digno para que os artistas possam usá-lo e fazer suas atividades”. 
Segundo Uilian da Silva Santos (conhecido como “Chapéu”), coordenador do Núcleo Cultural Filó, o total de grupos interessados no espaço chega a 43 e aglomeram mais de 200 interlocutores. Alguns coletivos são de bairros próximos como Penha, Guaianases, São Miguel e Itaim Paulista. 
A mobilização mais forte começou com o projeto Cultura na Praça, que visa apresentações culturais e artísticas em algum local público de Ermelino Matarazzo com a finalidade de sensibilizar o poder público para sua causa.   
Ativistas promovem encontros para sensibilizar moradores (Divulgação/Cultura Leste)
O primeiro encontro aconteceu ali em julho de 2010 e desde então já foram sete eventos, organizados pelos artistas da região e convidados.  O próximo ocorrerá em 20 de agosto e além das apresentações culturais será apresentada ao público uma carta aberta, manifesto cultural e abaixo assinado.Procuradas pela reportagem do Mural, a subprefeitura de Ermelino Maratazzo e a Secretaria Municipal de Cultura, responsáveis pela criação do espaço cultural, preferiram não se pronunciar sobre o assunto. 

Video:








Nenhum comentário:

Postar um comentário